sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Culpa é das Artes Plásticas!

       Vou escrever aqui algumas breves impressões sobre o filme "Amor Pleno", de Malick, fazendo um paralelo com o rumo em que as  Artes Plásticas vem tomado na história do Ocidente.







        Primeiramente, não é um filme para todos, pelo contrário, é para uma minoria. Uma cena se tem feito comum durante exibições dos filmes de Terrence Malick: as pessoas saírem da sala de cinema no meio do filme. Tenho lido críticas de pessoas dizendo que o filme é entediante e sem nada a dizer. Me pergunto: Será que as próprias pessoas é que não estão demasiadamente entediadas e não tem mais nada a sentir?

       Os filmes de Malick são  extremamente simbólicos, não somente se vê Malick, mas, se sente Malick. O filme Amor Pleno é repleto de movimentos, gestos, música e poucos diálogos. Arrisco em dizer que grande numero de pessoas perderam a pulsão da sensibilidade artística que aponta para o belo. Arrisco também em dizer que as artes plásticas modernas e contemporâneas tem uma parcela grande de culpa nisso tudo. A arte falhou, e muito, em seu papel didático, e , com isso, a alma humana ficou desnutrida, logo, desprovida de recursos sensíveis que necessitariam diante de uma obra de Malick. Desde que a arte rompeu com o belo, se iniciou o colapso na tarefa do artista. Hoje mesmo, ao ler uma entrevista do artista conceitual Joseph Kosuth, onde ele diz que não se deve fazer arte bela, pois esse tipo de arte não corresponde ao nosso tempo, e onde defende veementemente a arte conceitual como a única arte aceitável.
 http://oglobo.globo.com/cultura/para-joseph-kosuth-maior-artista-conceitual-vivo-arte-nao-sobre-beleza-9320102
 Ao ler essa entrevista, pude ter um  insigth do porque tamanha impaciência e carência de compreensão diante de um  filme tão rico simbolicamente e permeado de valores como bem,  beleza e  virtude. Artistas como Kosuth são os responsáveis por não vibrarmos mais diante da beleza, pois encheram nossas mentes de objetos rotineiros e o chamaram de arte. Nos anestesiou com inúmeras cadeiras e blocos empilhados. Esses artistas privaram as pessoas do belo. Mas, ao contrário do que ele pensa, nós precisamos da beleza, nossa estrutura humana foi projetada para se alimentar do belo, negar isso é , numa certa parcela da existência, negar a própria estrutura.

       A beleza é uma das extensões do amor. E o amor é o tema crucial do filme.  Podemos voltar aqui a falar sobre a impaciência dos espectadores, pois, o filme confronta diretamente com as nuances modernas de amor. O filme mostra  amores angustiantes, que sofre e que se entrega, bem diferente do amor romântico e distorcido que nós criamos. O amor real passa por todas as provas, enquanto o amor moderno  dura até quando interesses são frustrados. O amor real é corajoso, resiste a tudo, conforme descrito em 1 Coríntios 13:


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

1 Coríntios 13:4-10
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

1 Coríntios 13:4-10
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

1 Coríntios 13:4-10
       "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá."

       Fazer uma bela obra de arte é uma forma de amar o outro, é cuidar dos seus olhos e de sua alma; o que Malick consegue fazer perfeitamente em seus filmes, e que Kosuth não vê importância.  Insistir na beleza diante dos absurdos da vida é o que vai valer a pena. Malick sempre traz um refrigério à alma. "Amor Pleno", especialmente, fez brotar uma flor no deserto em  que meu coração se encontrava. Saí do cinema e ao caminhar pela praça, olhando aqueles ipês, as árvores se fizeram  mais belas, o movimento das pessoas que andavam pela praça estava mais leve. Senti algo semelhante ao que entendo que Munch sentiu ao ver aquele por do sol através da ponte, quando pintou "O Grito", conforme escrito em seu diário:

       "Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o cé
u ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza"

Só que ao contrário de Munch, não senti o grito da ansiedade, mas senti a voz calma do autor do amor que nos ama, representado ali, pela beleza das árvores e das pessoas.