domingo, 30 de março de 2014
Ron Mueck: o "Michelângelo" da atualidade.
Eu ia escrever um texto mais analítico tratando da exposição das obras de Ron Mueck, mas ainda está fazendo efeito em mim, e acredito que ainda fará por muito tempo, pois arte boa é assim. Foi uma das coisas mais impressionantes que já vi produzido pelas mãos de artista. Ron Mueck pra mim está no mesmo degrau ocupado por Michelangelo, Da Vinci e Caravaggio. Mueck compreendeu o que Sócrates almejava na escultura grega: a atividade da alma. As esculturas de Mueck tem muito a nos dizer em todo o tempo em que se olha pra elas. É possível traçar a história da vida dos personagens, compartilhar com eles seus sentimentos. A arte de Mueck humaniza porque imprime nas expressões dos personagens as questões mais íntimas da alma humana, nos faz refletir sobre a nossa relação com o tempo e com a morte quando nos convida a perscrutar cada detalhe do corpo marcado; a casca grossa dos pés, as unhas endurecidas e grossas, a veia evidenciada sob a pele, as rugas, os pelos espaçados, dentre outros detalhes trabalhados minuciosamente. Também nos mostra o valor de um relacionamento através do toque, do olhar de cumplicidade, da renúncia necessária em uma relação,do aprendizado- sugeridos por uma aliança que aperta o dedo e tem tom envelhecido. Penso como estes ícones são tão rechaçados na nossa sociedade hedonista e egoísta, todas estas marcas simbólicas que admiramos na arte por ser tratada com tanto realismo, é o que negamos e fugimos o tempo todo: a morte, as marcas do tempo, a grossura dos pés e as veias aparentes, a possibilidade de pertencer a alguém. Por que queremos ser tão lisos e tão independentes , mas estes ícones contrários a lisura nos atraem tanto? A bela arte tem o poder de nos colocar contra nós mesmos, de nos lembrar que somos humanos e não robôs anônimos feitos em série.
Os personagens nos fazem perguntas o tempo inteiro, a mulher que carrega os galhos parece pedir socorro, está desnuda e machucada, os seios, a parte mais sensível do seu corpo, contrasta com a aspereza daqueles galhos pontiagudos que machucam sua pele. O homem no barco, desnudo, na espreita procurando algo, desconfiado e indignado, nos convida a buscar com ele uma solução.
A arte que reflete os critérios de Deus na criação do universo e a problemática dos processos aleatórios.
Deus criou o mundo com criatividade, beleza e funcionalidade a partir de leis que sustentam tais aspectos, e imprimiu em nós uma tarefa ao nos fazer
seres criativos: dar continuidade a este trabalho dentro da ordem criada sempre
nos submetendo a seu senhorio e a ordem que ele estabeleceu na terra.
O que pretendo aqui é traçar um paralelo entre alguns
aspectos utilizados por Deus na criação e tomar estes aspectos como critérios
que devemos utilizar enquanto criadores, e neste caso darei ênfase as artes
plásticas, para que possamos tentar nos aproximar de uma arte genuína.
O que seria a arte genuína? Uma arte que esteja ajustada ao máximo aos critérios que Deus usou na criação. É claro que como humanos, não
podemos aqui enumerar os critérios de Deus em tópicos, pois ele é soberano e não
se pode encerrá-lo em teorias produzidas por quem é menor do que ele. Não temos
uma percepção correta do mundo ainda, mas podemos perceber o mundo conforme a boa
vontade de Deus em nos revelar durante a nossa caminhada com Ele.
“O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e
os leva a conhecer a sua aliança.” Salmo 25:14.
Ao criar o mundo, Deus criou leis
que mantém as coisas em seus devidos lugares e as quais nos revelou por meio
de fórmulas para que compreendêssemos como funciona o universo. Existe um
limite que estabelece até aonde a onda do mar pode ir, se Deus não
estabelecesse este limite, um indício de aleatoriedade seria o suficiente para
gerar tsunamis todos os dias. Em Jó 38, é descrito muito bem as leis
estabelecidas para o funcionamento do universo. Por isso devemos tomar cuidado
com os processos aleatórios que a arte contemporânea vem se utilizando a partir das premissas das desconstruções modernistas, pois isso não é um critério utilizado por Deus para
criar, ao contrário, um pontinho quase invisível inscrito numa flor é
racionalizado e cheio de significado.
“Quem represou o mar pondo-lhe portas, quando ele
irrompeu do ventre materno, quando o vesti de nuvens e em densas trevas o
envolvi, quando fixei os seus limites
e lhe coloquei portas e barreiras, quando eu lhe disse: Até aqui você pode vir, além deste ponto não; aqui faço parar suas ondas orgulhosas? “ Jó 38
e lhe coloquei portas e barreiras, quando eu lhe disse: Até aqui você pode vir, além deste ponto não; aqui faço parar suas ondas orgulhosas? “ Jó 38
Pense na lei da gravidade, que
sustenta o firmamento, se Deus não tivesse estabelecido este limite estaríamos
voando de um lado para o outro dentro da terra.
Portanto, nossa ação criativa
deve responder as mesmas demandas com as quais Deus estabelece sua criação, assim
estaremos refletindo e sendo sua imagem não só em nossa aparência física, mas
em nossas ações.
E como podemos refletir características
que apontam para as leis que estão por
detrás da estrutura da criação enquanto artistas? Segundo Hans Rookmaaker, em
seu livro “Arte Moderna e a Morte da Cultura”, devemos também ser criteriosos e
cuidadosos na nossa produção artística. Esse critério partiria de uma ordem racional minuciosa ao pensar numa
arte e criá-la, as leis estruturais podem ser pensada em arte através do estudo
da técnica, a busca pela habilidade, uma lei que sustenta a estética e
que diferencia um artista de uma pessoa que tem ideias. Porque esta
diferenciação? Porque todo homem é um ser criativo, mas o trabalho do artista
tem uma finalidade bem especifica, para diferenciar uma arte de uma peça
publicitária, por exemplo, que é um trabalho criativo, mas não é arte porque
esta ligada a outros fins,
Deus quando criou o mundo usou de
uma economia, não no sentido de privação, mas no sentido de equilibrar os
elementos estruturais dentro do contexto mundo. Podemos entender isso como utilização da
forma, cor, textura; para que pudéssemos desfrutar organicamente de sua criação.
Por exemplo, a quantidade de verde na natureza é usada em abundância, enquanto
os vermelhos e laranjas são salpicados em detalhes. O verde é uma cor que reage
em nosso cérebro proporcionando descanso e relaxamento, enquanto as cores
quentes nos estimulam e nos levam a ansiedade extrema se ficarmos olhando para
elas em abundância. Então há um critério para utilização da forma, cor e textura na natureza. Então, uma
economia sábia na estruturação da obra de arte é necessária, a disposição dos
elementos, a proporção geradora de harmonia e etc... Mas há quem diga: “mas a arte
não tem esta função, ela é feita pra causar repulsa também.” Bem, você pode até
pensar assim, mas aqui eu estou tecendo uma analogia de uma arte feita segundos
os parâmetros de Deus na criação, refletindo em nós como seres criativos para
darmos seqüência, estabelecendo a ordem de uma extensão estética que aponta
para o Reino de Deus. O mundo jaz no maligno e uma bela arte é mostrar
atributos de Deus de alguma forma, a beleza é um valor moral, bem como a
verdade. Mostrar que existe ordem, critérios e leis no mundo através da arte é
organizar a vida que está desacreditada na cabeça de muitas pessoas, é negar
todo o caos afirmado na arte moderna e dizer a essas pessoas que o caos foi
vencido, é mostrar que há esperança, que não precisamos continuar afirmando o
caos na falta de sentido que a arte moderna estabeleceu, mas é necessário que
contornemos a situação e restabeleçamos a ordem revelada na criação. Uma
arte feita a partir de processos aleatórios e que é só sensorial, não
corresponde aos critérios de Deus para com a criação, pois exclui a
racionalidade, que é o que difere um homem do animal. E quando se priva a arte do raciocínio lógico,
este não visto como puro pragmatismo, mas como poesia, vide Salmos, Jó,
Provérbios, Cantares e etc, nos tornamos
reféns do instinto e dos estímulos mais
primários e isso nos rebaixa a categoria dos animais irracionais.
Ao contrario do que muitos pensam a lei não cerceia, mas
habilita para as coisas funcionarem da maneira certa, o universo é cheio de
leis que sustentam o cosmo, uma aleatoriedade seria o suficiente para que
ficássemos voando de um lado para o outro na terra, para que foguetes saíssem
das orbitas, causaria dilúvios, meteoros cairiam aos montes, o mundo se destruiria em questão de segundos, bastasse o
mínimo de aleatoriedade, e esses processos podem muito bem serem estendido ao campo das artes plásticas.
sexta-feira, 7 de março de 2014
A antiestética comunista e seus ecos opacos
A arte do século XX se constituiu de movimentos isolados por
grupos com diversas crenças sobre a realidade das artes; mas com um viés em
comum: romper com o passado. Na verdade, todo artista é de alguma forma “realista”,
no sentido de pretender mostrar em sua arte algum ponto da realidade. No caso
da Arte Moderna não se trata de um realismo estético, mas os artistas modernos
quiseram expressar uma realidade ideológica e filosófica, tentavam ser uma
espécie de profetas que denunciavam o mundo e sua condição.
Os artistas pré
modernos já buscavam um tipo a realidade estética, uma mimeses
técnica. Admitia-se a mentira – temas míticos- e a despretensão de
suas
obras em relação a denuncias em relação ao mundo. Eles se permitiam
criar alegorias, pois o que valia era a proximidade naturalista com a
qual representavam as figuras.
No modernismo, essa lógica inverte, o artista não mais quer o realismo
estético
em relação à natureza, e sim, ideológico, só que era uma ideologia
falaciosa e niilista.
A Arte Moderna, em sua maior parte, tem influencias anarquistas
e comunistas. É a arte das rupturas, mutiladora
das aparências naturais tal como a mutilação da ordem social e moral existentes
até então. O Construtivismo
era o movimento que tinha ligações diretas com o comunismo e que foi amadurecido
dentro desta ideologia. Para os comunistas russos do
inicio do século XX, a arte figurativa e temática estaria ligada a distração e
deleite da burguesia ociosa. Segundo os idealistas, se a arte não fosse utilitária
e comum, ela não serviria pra nada. A forma deveria servir a função, que por sua
vez deveria servir ao utilitarismo. Aniquila-se o prazer, a
criatividade e a virtude da apreciação; priva-se o homem de exercer uma função
que está circunscrita em sua estrutura. Esses ecos nos explicam porque a arte e a arquitetura
atuais são feias e insossas. A arte foi achatada e reduzida processos pragmáticos.
Pode-se observar tais intenções,
claramente, na citação de Vladimir Maikóvsky, que foi um poeta e teórico russo, autor do Manifesto Construtivista.
“Não avaliamos o nosso trabalho segundo o critério da
beleza, não o pensamos como o peso da ternura e dos sentimentos. Com o fio de
prumo na mão, com os olhos infalíveis dos dominadores, com um espírito exato
como um compasso, edificamos nossa época como o engenheiro constrói as pontes e
o matemático elabora as fórmulas das órbitas”.
Segundo a ideologia antiestética comunista, a arte
com fins utilitários demandaria a socialização da mesma , ou seja, todos deveriam usufruir da sua funcionalidade
e aprender sobre a ideologia marxista, pois ela tinha intenções
extremamente doutrinárias.As únicas formas concebíveis por este sistema
eram as formas geométricas mais simples, que remetem a racionalidade em
supressão aos sentimentos (simbolizados pelas formas orgânicas). Qualquer linha curva que sugerisse o mínimo deleite foi banida da Rússia no inicio do século
XX.
As bases construtoras da antiestética socialista absorveram os princípios da Teosofia. Wassilly Kandisnky, artista alemão
abstracionista, foi o primeiro a adaptar suas teorias estéticas dentro do campo
da Teosofia. Kasimir Malevich, artista russo, seguidor de Kandinsky
foi absorvido pelo governo russo para retratar a estética representativa da ideologia marxista, partindo de
sua obra Quadrado preto, onde o
artista atribui a esta forma e cor a supremacia geradora de todas
as outras formas. Segundo Malevich, o quadrado é a representação do intelecto,
porque é
uma forma totalmente concebida por ele e que não se encontra na
natureza, é a forma
onipotente geradora de todas as outras.
Quadrado Preto, 1916, óleo sobre tela |
Essa base vai influenciar toda a
articulação comunista em relação a doutrinação, principalmente das crianças.
Abaixo, um livro
destinado as crianças na escola. Escrito em 1922, por EL LISSITZKY
O
livro basicamente conta a história de dois quadrados, um vermelho e um
preto, qual segundo a teoria de Malevich é a forma absoluta, geradora de
todas as outras - uma espécie de Deus. Eles chegam sobrevoando a terra,
que é representada por um circulo vermelho, e observam como a mesma está
desorganizada, a terceira página dá um zoom na desorganização (as formas se esbarrando e desalinhadas). Os quadrados
vermelho e preto descem para resolver o problema e estabelecer a ordem.
As formas, a medida em que se organizam em
cima do quadrado preto, tomam a cor avermelhada. O quadrado preto vai
embora e o vermelho repousa sobre a terra e todos vivem felizes para
sempre....
A arte também passaria a servir novas ostentações
do Estado. Vladimir Tatlin (1885 – 1953), arquiteto ucraniano, projetou um monumento dedicado a Terceira
Internacional (organização internacional fundada por Lênin em 1919, para reunir
os partidos comunistas de diferentes países). Assim era o projeto
de seu mega templo:
Maquete da Torre. 1919 |
- Altura pretendida: 400 m.
- No interior da estrutura estariam suspensos sólidos geométricos, girando em velocidades constantes, contendo salas de reuniões, escritórios e no topo um centro de informações com um aparelho especial de projeção para lançar imagens nas nuvens, dentre boletins de noticias, proclamações governamentais e palavras de ordem revolucionárias seriam fornecidas diariamente para o povo.
A torre era uma estupenda
declaração de fé numa sociedade comunista!
Só que eles estavam há tantos séculos atrasados
tecnologicamente e industrialmente, que o projeto utópico não saiu do papel,
literalmente, pois virou estampa para selos russos.
Tudo girava a serviço do sistema comunista, apenas. Muitos
artistas soviéticos fugiram da Rússia por não poderem desenvolver seus trabalhos.
E ai de quem ousava fazer isso.... dá pra imaginar o que acontecia, não?
O cinema era outra forte ferramenta que foi apropriada
pelo sistema para produzir e reforçar sua doutrinação. Maiakóvsky reconhece o
cinema como arte construtivista ideal: Industrial, mecânica, anônima, ligada a
sociedade e ao mundo real, filmando as coisas existentes e destinado as massas
Cartazes produzidos por Alexander Rodchenko (1891 – 1956) para o cinema e a propaganda.
Eram apresentadas nas praças públicas peças teatrais encenando a revolução de 1917. As praças
eram decoradas com formas geométricas suprematistas.
Esse tipo de arte refletiu no Brasil na forma do
Concretismo. E até hoje sofremos as graves consequências desses ecos. Pois,
isso gerou uma arte cada vez mais pobre, abstrata e fragmentada. A maioria dos
artistas e arquitetos modernos eram comunistas, e foram os principais
formadores de opinião do século XX no Brasil e respondem até hoje de suas
catacumbas quando se infringe os dogmas do niilismo e da esquisitice. Tente ser
contemplado por leis de incentivos estatais com uma arte decente que logo escutará
os berros dessa gente ressentida.
Franz Weismann 1960 |
Como todo sistema
ditatorial, o nosso atual governo não hesitou em encher os museus e
galerias publicas com arte ideológica
que trabalha a seu favor, que nega todo tipo de beleza e habilidade,
valores que
estão conectados ao modo de vida mais conservador. A arte hoje é, sem
dúvida, ideológica e trabalha para o governo. Isso fica bem claro através do outdoor que foi instalado na Bahia, que retrata um beijo gay, sendo que uma das figuras representa Jesus - e que por sinal é uma obra patrocinada por lei de incentivo governamental, aquele mesmo governo que
fala de “tolerância.”
O governo norte americano também tem patrocinado bizarrices cujo objetivo é destruir qualquer valor histórico, pior, cuspir neles e literalmente, mijar neles.
Andrés Serrano .‘Piss Christ’, imagem de Cristo na cruz submerso em um recipiente com a urina do artista.
O governo norte americano também tem patrocinado bizarrices cujo objetivo é destruir qualquer valor histórico, pior, cuspir neles e literalmente, mijar neles.
O que a arte na
esfera publica representa é um grande medidor para a democracia, quando a arte
está homogênea, principalmente as artes patrocinadas pelo governo, há algo
muito errado acontecendo.
Desde os tempos mais remotos os ditadores utilizam arte a
seu serviço. Os imperadores romanos usaram os
retratos para a reafirmação do poder e de seu programa político. Foi a
estratégia utilizada por Augusto para
unificar Roma, que não usou a força, mas a persuasão pela imagem.
Podemos ler claramente na escultura que o imperador mandou produzir, de si mesmo, as seguintes inscrições:
• Autoridade.
• Imagem de um herói que iria trazer paz a Roma
– Pax Augusta.
• Gesto de estadista em comando.
• Descalço – signo de humildade.
• Relevos na armadura: Narrativa que
representava seu governo, de heroísmo, promoção de paz e aprovação dos deuses.
• Agrada todas as tendências políticas, imagem militar atraente.
• Pode-se ler: Augusto é atraente e não
ameaçador.
Resultado: uma ditadura que durou 400 anos.
O pior é que os ditadores geralmente são eleitos democraticamente; utilizam técnicas persuasivas para criar uma convicção em massa, que quando não é pela imagem é através do discurso. Monopolizam a criatividade para usar a seu favor e priva o povo da ação criativa, formando um bando de zumbis ideológicos.
Hitler também se valeu destes recursos para persuadir o povo,
atribuindo a sua imagem figuras de caráter religioso, especialmente da religião
judaico cristã. A imagem traz elementos messiânicos: sobre a sua cabeça a luz e a pomba, uma alusão a cena do batismo de Jesus.
A lógica é bem parecida neste quadro de Frida Kahlo, cujo título da obra é: “o marxismo dará saúde aos doentes” (1954).
Acima, do lado esquerdo, temos a figura de Marx degolando o malvado Tio Sam,
enquanto mãos miraculosas protegem Frida e lhe proporciona a cura, quando a mesma solta as muletas. Ela está segurando o livro vermelho, como um livro sagrado. Ao lado direito, acima, uma pomba branca da paz,
semelhante a pomba do Espírito Santo, sem contar o titulo da obra.
"A atribuição de funções messiânicas
ao materialismo dialético simbolizado pela figura de Marx, assim como a
identificação do mal com o “Tio Sam” exemplificam um padrão que se repete na
cultura secular, embora nem sempre de forma tão clara.Ou seja, a compreensão do
mundo contemporâneo passaria pelo rastreamento da funções divinas relocadas na
cultura secular, e pela compreensão da relação que o homem “secular” tem com os
objetos que absorveram essas funções" Guilherme de Carvalho
.
Todos os ditadores se posicionam como
os salvadores da humanidade, seja com imagens,
seja com discursos.
O que eu observo claramente é a semelhança que o sistema socialista tem
com as
religiões mais fundamentalistas e desprovidas de liberdade. A contradição é que o discurso do socialista é sempre vinculado a neutralidade
e é embasado numa ferrenha
denuncia das religiões históricas "opressoras". O que eles não entenderam
é que são
mais religiosos que os mais devotos, pois, não existe neutralidade.Se
eles produzem uma estética feia
e sem vida, lamentaremos! Pois por uma questão estrutural precisamos contemplar a beleza, que por sua vez já veio inscrita na natureza, e nós
artistas necessitamos reproduzi-las, pois estruturalmente somos
seres criativos. Precisamos de uma
crença genuína, precisamos de uma arte criteriosa e bem elaborada para
enxergar
a realidade, a arte não foi feita pra denunciar o sistema, tampouco para
servi-lo!
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